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Com o controverso aplicativo LegalFling, baseado em blockchain, é possível validar um contrato de sexo consensual. Nos códigos binários dos computadores, zero é zero, um é um. Seria possível aplicar essa lógica simplista para validar consensualidade nas relações sexuais?

Não é não! E sim, é sim! O uso de blockchain para sexo consensual

O empoderamento feminino foi destaque no carnaval de 2018. Foram distribuídos 25 mil adesivos corporais com a frase “não é não”, em diversas cidades brasileiras. Uma adesão maciça à campanha contra o assédio nos blocos, tema que está em alta. Nesse âmbito temos a dura realidade do assédio, da cultura do estupro, das relações abusivas e violentas que aterrorizam as vítimas. Por outro lado, o medo de que a simples demonstração de desejo por outra pessoa seja considerada assédio. Num âmbito extrapolado, ter que responder na justiça se posteriormente essa pessoa mudar de opinião sobre ter dado consentimento para relação sexual.

No meio destes extremos paradoxais, a inovação se torna absurda ao mesmo tempo que criativa a ponto de prover soluções tecnológicas para tratar das relações humanas mais íntimas. Não à toa, holandeses lançaram um aplicativo chamado LegalFling, com a ideia de garantir contratualmente que pessoas possam se defender da acusação de assédio ou estupro quando o ato sexual for consensual.

Crédito: https://legalfling.io/

O aplicativo tem uma interface fácil de usar: através de um cadastro o usuário afirma aceitar ou não fazer sexo com determinada pessoa, depois compartilha uma solicitação com essa pessoa, por exemplo, por meio de uma mensagem no Whatsapp. Se o usuário que receber o pedido no LegalFling aceitar a validação, estará confirmando que ambos entraram em um contrato juridicamente legal, sendo cabível de punição em caso de violação por exemplo, compartilhar sex tapes ou mentir sobre DST. O aplicativo pode ser usado por casais de todos os gêneros ou para sexo em grupo. É possível inclusive detalhar o que pode ou não rolar: onde é permitido penetrar, se gosta ou não de “tapinhas”, se gosta ou não de “palavrões” durante o sexo e assim por diante. O LegalFling garante a confidencialidade das informações através do blockchain, tecnologia utilizada em Bitcoin e criptomoedas. Neste caso, a segurança criptografada da tecnologia blockchain impede que o mundo saiba de suas predileções sexuais.

No entanto, ainda não é possível saber se esses recursos tecnológicos ajudam ou atrapalham as relações interpessoais, tornando algo de extrema sensibilidade e prazer num encontro frio e previsível. Além disso, há muitas controvérsias em torno do aplicativo, muitos encaram a ideia com muita ressalva já que após a validação do tal contrato não há 100% de garantia que o encontro não venha se tornar violento e fora dos termos. É praticamente impossível ter o controle total do que acontece entre quatro paredes, por isso, existe a real preocupação no combate à violência sexual. Melanie Ehrenkranz, colunista do blog Gizmodo, escreveu em seu site que “O consentimento é algo que ocorre continuamente ao longo de um encontro sexual”. Já Arnold Daniels, criador da LegalFling, ressaltou que a promessa do aplicativo é ser uma solução “divertida” para as sutilezas do sexo, “Queremos iniciar um diálogo e receber contribuições de pessoas com mais conhecimentos sobre este assunto”, disse Daniels. De qualquer forma, é a primeira vez que essa tecnologia é usada para algo mais divertido do que manter o controle das transações de criptomoedas e mercadorias. Uma prova de que não há barreiras para aplicação da tecnologia blockchain.

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